Estou deitada na minha cama com a minha pequena, Francisca, ao meu lado rodeado de almofadas para que não caia. Francisca, a razão pela qual sigo viva, uma razão que cresce e que se torna cada vez mais forte. Minha pequeninha tem apenas 6 meses, mas desde do momento que a tive nos braços se tornou a luz da minha vida, a minha pequena guerreira. Quando ouvi pela primeira vez durante um ultrassom o seu coração a bater lembro-me que começo a chorar, de tal forma que a imagem no monitor onde é possível ver o embrião ficou desfocada devido às lágrimas. Ainda guardo as fotografias das 9 semanas, onde já tem forma de feto e não de embrião. Também do ultrassom em que descobrir que seria uma menina, já quase no fim da gestação.
Algumas horas após o nascimento, teve um problema de pele, icterícia, que é quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas. Segundos os médicos é uma doença normal nos recém-nascidos que ocorre porque o fígado precisa de fazer uma transcrição entre o funcionamento dentro do útero para o funcionamento fora do mesmo. No caso da Francisca foi mais preocupante porque apareceu antes das 24 horas de idade, quando tal acontece existe a possibilidade de se desenvolver problemas mais sérios. A Francisca fez vários exames de sangue para medir a concentração do pigmento principal do fluido produzido pelo fígado. Quando o médico, disse que os exames dela mostravam que o valor de concentração ultrapassava as 12 mg/dl, parecia que me tinham tirado o tapete debaixo dos pés. A Francisca necessitou do tratamento, fototerapia*, por uma semana. Mas em caso menos graves não é necessário nenhum tratamento.
Com o nascimento dela tudo mudou, amadureci, aprendo todos os dias a ser mãe, a reconhecer as necessidades dela pelo choro, mais importante aprendi a dar a minha vida por ela.
Hoje faço 26 anos, o meu dia não podia começar da melhor forma do que acordar e ver como dorme de forma tranquila e relaxada como se nunca tivesse tido problemas.
— Olá, meu amor! — Digo após ela abrir os seus olhinhos azuis.
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